sexta-feira, 20 de maio de 2011

Uma semana em jeito de relato

A semana passou mais calma que as últimas. E eu sabia que andava a precisar muito disto, mas não sabia que precisava tanto.

Ainda assim saí de casa na terça-feira e fui à livraria Barata para assistir à leitura de A MALA ASSOMBRADA pelos alunos do 3ºD da EB1 do Bairro de São Miguel. E gostei tanto. O livro a saltar de mãos, os ritmos diferentes da leitura, as pessoas que assistiam a sorrir. Já li o livro em voz alta muitas vezes e começo a ficar viciado em certos tiques de leitura e num tom que me sai por instinto. Foi muito bom ouvir a história noutras vozes, quase como se fosse outra história.

E no final houve autógrafos. Aqui fica o registo desse momento.


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Para quem não deu conta (e acredito que muitos não tenham dado conta), a minha semana passada foi muito televisiva.

Duas vezes na TVI24, em dias seguidos (eu sei, é absurdo). Primeiro no Nada de Cultura, do Francisco José Viegas, com a Patrícia Reis, o Paulo Ferreira e o António Fiqueira, à conversa sobre contar histórias. Depois no Livraria Ideal, do João Paulo Sacadura, a falar sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS e A MALA ASSOMBRADA.

E ainda no Ah, a Literatura!, do Canal Q, da Catarina Homem Marques e do Pedro Vieira, filmado na Feira do Livro de Lisboa, num dia de sol e calor, e vim de lá a pensar que todos os programas na televisão deveriam ter a sua própria barraca de farturas porque os convidados, por mais ilustres, pareceriam mais pessoas com os dedos engordurados e a boca cheia de açúcar.

No jornal Público do último sábado, a Rita Pimenta critica assim A MALA ASSOMBRADA:

Dois irmãos. Um medroso (o mais velho) e um destemido. O primeiro quer assustar o segundo e inventa um fantasma fechado numa mala que encontrou em cima do muro de um casarão. O plano sai-lhe ao contrário. O irmão mais novo não só abre a mala, como o convence de que o fantasma, agora à solta, o persegue por toda a casa. Chega até a entrar nos canos. “Se estiveres calado, consegues ouvir os barulhos que o fantasma faz dentro das paredes.” Não é apenas uma história sobre os medos, invocando o sobrenatural (grato aos pequenos leitores), é também sobre a cumplicidade, a competição e a brincadeira entre irmãos. David Machado criou uma bela história. O talento de João M. P. Lemos consegue brilhar mesmo nas ilustrações mais sombrias… e as imagens vão bastante além da narrativa. Um aplauso especial para as páginas de fundo (quase sempre) escuro, cujos elementos surgem apenas em contorno. Sintetizam de forma exemplar as ideias a transmitir.

E o texto da Rita Pimenta deixa-me muito contente, sobretudo pelos piropos ao trabalho do João Lemos.

Por outro lado, parece que na edição de hoje do Sol, o António Pedro Vasconcelos escreve na sua coluna sobre DEIXEM FALAR AS PEDRAS. Ainda não li. Mas disseram-me que ia gostar.

1 comentário:

  1. Tenho uma devoradora de livros cá em casa, a ver se lhe compro A Mala Assombrada... abraço...

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