terça-feira, 5 de abril de 2011

Os loucos na Madeira

Há uns meses eles disseram-me: «Vamos organizar um festival literário no Funchal.» E eu pensei: Que loucos. Mas com admiração e estima, porque eu até gosto muito de loucos. E depois eles disseram-me: «E tu estás convidado.» E eu pensei: Que simpáticos, querem partilhar a sua loucura comigo.


No entanto, a verdade é que o primeiro Festival Literário da Madeira não era uma loucura. Houve sessões em que escritores debatiam temas, houve pessoas (às vezes casa cheia) sentadas a assistir, algumas, sem temor, lançavam perguntas, houve livros à venda (vários autores viram os esgotarem), houve jornalistas a acompanhar o evento com microfones, máquinas fotográficas, câmaras, computadores, houve visitas a escolas, houve sessões de autógrafos, houve uma organização eficiente e competente, houve momentos de descontracção entre autores e jornalistas e público. Como se não fosse o primeiro Festival Literário da Madeira, mas o quinto, ou o décimo segundo.


E ainda assim eu conheço os loucos que estiveram por trás de tudo - a consultora Booktailors e a editora Nova Delphi - e sei que o quinto Festival Literário da Madeira não será nada disto: será muito mais, algo que não sou capaz de imaginar, porque não sou tão louco como eles, apenas gozo o privilégio de partilhar da sua loucura.

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