Ontem, durante o dia, várias pessoas, de viva voz ou por sms, me perguntaram: Estás nervoso? Eu não estava.
Eu estava nervoso quando pensei pela primeira vez em escrever o meu segundo romance, estava nervoso quando o primeiro capítulo ficou pronto e eu percebi que não sabia o que fazer depois, estava nervoso quando descobri o que fazer depois, estava nervoso quando a frase "Deixem falar as pedras" se levantou mais alto entre outras frases nas minha cabeça, estava nervoso quando o livro ficou escrito e começaram as revisões, os cortes, os acrescentos, e estava nervoso no momento em que decidi que já não eram necessários mais cortes e acrescentos. Mas ontem não estava nervoso. Ontem era dia de celebração, não havia motivos para estar nervoso.
Veio gente, amigos, família, amigos de amigos, professores de escolas que já visitei, leitores cujo único ponto de ligação comigo são os livros que escrevi. Sentei-me. Ao meu lado direito, estava a Maria do Rosário Pedreira, a minha editora, e só por isso senti-me mais confiante no meu lugar diante de várias dezenas de pessoas. (Quero muito contar a minha história com a Rosário, mas não agora.) Ao meu lado esquerdo, estava o Mário de Carvalho, o narrador (como me habituei a chamá-lo em silêncio), generoso nas suas palavras acerca do meu romance.
Senti-me feliz, no meio de tantas pessoas de quem gosto tanto. Senti-me mais feliz por vê-las com o meu livro nas mãos. Obrigado a todos os que apareceram, aos que enviaram mensagens e àqueles que, no seu silêncio, pensaram em mim.
"DEIXEM FALAR AS PEDRAS"-Que maravilha de livro, devorei-o. Depois de "DEIXEM PASSAR O HOMEM INVISÍVEL de Rui Cardoso Martins, de "MATTEO PERDEU O EMPREGO", do consagrado Gonçalo M. Tavares e de "UM AMOR SEM TEMPO" de Carlos Machado aqui está outro belíssimo livro doutro jovem autor português que, sinceramente, felicito. Belo livro, belíssima história. Absolutamente surpreendente!
ResponderEliminarParabéns David Machado.