quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Fim e o Início

Não tinha pensado começar isto hoje. Mas aconteceu uma coisa importante. Foi um trabalho longo, anos, muitas horas a escrever, muitas horas a pensar, muitas horas a apagar, meses à espera que as palavras se firmassem nas páginas. O tempo assumiu formas que eu desconhecia. As ideias encontraram os seus caminhos, algumas perderam-se e nunca mais foram vistas, outras chocaram de frente - o que é bom.

E agora existe um livro.

Tenho-o aqui ao meu lado, enquanto escrevo. Porque não consigo afastar-me. Ando com ele atrás há horas, desde que o fui buscar à editora. Olho para ele e reconheço-o. É meu. Não sei o que vai acontecer depois, mas por agora é meu. É o romance que escrevi. Já não é apenas palavras. Tem cheiro. Se cair no chão faz barulho. Se o deixar uns minutos ao sol o papel fica quente. Se o deixar semanas ao sol amarelece e encarquilha-se, na capa, as palavras do título - DEIXEM FALAR AS PEDRAS - apagam-se.

É uma coisa importante, claro. É, ao mesmo tempo, o fim e o início. A partir deste momento, muitas outras coisas vão acontecer.

Não quero falar ainda daquilo que existe dentro deste romance. Lá para meio do mês de Março, este livro, que agora tem peso físico, estará nas livrarias e haverá tempo para isso, aqui e noutros lugares.

Mas uma coisa importante de cada vez.

4 comentários:

  1. Boa!... fico à espera desse livro... abraço...

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  2. Estou em pulgas para o ler. Já sabes quando sai?

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  3. Já tinha ouvido falar nesse livro...
    Fico feliz por estar terminado.
    beijo.beijo.
    susana

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  4. Não te deves lembrar, mas uma noite ou dia esbarrei contra ti, penso que estava bêbado e nem sei onde foi, talvez sines, talvez lisboa, talvez nada disso. falámos naturalmente, como quando se fala com um gajo bêbado que esbarra contra ti num dia ou noite qualquer. Lá disseste que eras escritor, daqueles à séria e que tinhas um puto gordo e o avô num jardim a olhar para um prédio. invejei-te e devo ter falado sobre a inveja que tinha. Sobre isso, sobre surdez e betos de merda. Mais tarde, li essa conversa nas pedras e lembrei-me de partes da conversa. Parabéns, parabéns e parabéns. Quero escrever assim. Sem hipnotismo.

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