quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Estes meses de silêncio

Eu sei. Faz muito tempo que não escrevo aqui. Salva-me a única desculpa credível de que estive a escrever um livro. Não quero falar muito sobre isso agora. Está escrito mas não está terminado. Neste momento tem 246 páginas e 22 capítulos. É um romance. Não é um romance como os meus outros romances. É um romance de fantasia. Há muito tempo que queria escrever esta história, a ideia original tem 4 ou 5 anos. E eu leio muitos romances de fantasia. E no fundo é essa a razão que me leva a escrever qualquer texto de ficção: eu escrevo o livro que gostaria de ler. Não há uma data de publicação, mas espero que seja brevemente. E não quero dizer mais.

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Nos últimos dois meses, apareceram algumas coisas sobre mim na imprensa, embora eu não publique um livro há mais de meio ano. Aqui vai.

No início de Dezembro, no suplemento anual da Visão, Visão Gourmet, há um artigo sobre a minha última ceia. Gostei muito dessa entrevista (orientada pela Sara Belo Luís), porque comer bem e cozinhar começam a tornar-se obsessões e reflectir sobre a minha última ceia antes de morrer ajudou-me a perceber que uma refeição só é completa quando existem mais pessoas sentadas à mesa. Toda a refeição que apresentei é, na verdade, composta por pratos da minha mãe e das minhas avós que eram frequentes na minha infância, quando havia sempre outras pessoas sentadas à mesa. Se não se cruzaram com esse artigo, vocês é que ficaram a perder, porque foi publicado acompanhado pela receita do Pudim de Ovos da minha avó Ilda.

Na última semana do ano, a Time Out fez uma reportagem sobre 11 pessoas com quem gostariam de jantar em 2012. Eu sou uma dessas 11. E fico feliz por me escolherem, pela confiança no meu trabalho, por me juntarem a todos aqueles nomes tão proeminentes.



No número 6 da revista Fonte, do Instituto Cultural D. António Ferreira Gomes, a Maria Manuela Maldonado assina um ensaio/crítica sobre o Fabuloso Teatro do Gigante e sobre o Histórias Possíveis que gostei tanto de ler, pela atenção dada a alguns detalhes que foram importantes para mim quando escrevi esses livros. Mas gostei sobretudo de ler a carta tão bonita que me enviou, na qual fala sobre o Deixem Falar as Pedras, numa análise tão atenta e cuidada, e me dá a sua força para continuar a escrever. Obrigado, Maria Manuela. (Ainda não lhe respondi, mas vou fazê-lo, claro.)



E no Bibliotecário de Babel, o José Mário Silva incluiu o Deixem Falar as Pedras na lista do melhores livros de ficção de 2011. Aqui.

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Não é tudo. Dois meses não se resumem a apenas isto. Há mais, mas agora não há tempo para tanto. Prometo mais regularidade.

E um Bom Ano a todos.

3 comentários:

  1. [Cá esperamos pacientemente o novo trabalho; novas letras têm que ter o seu tempo para respirar... o que interessa é que venham, que os que apreciam o seu trabalho têm que dominar "a arte da espera"!]

    Um abraço,

    LB

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  2. Olá, David. Ainda bem que está quase a publicar outro livro. Irei lê-lo com certeza!
    Hoje, na biblioteca da escola, tive 23 alunos a realizarem a prova de seleção para o CNL... Ao corrigir as provas, apercebi-me do cuidado que eles tiveram a ler os livros (Deixem falar as pedras e O fabuloso teatro do gigante) e da forma como os apreciaram. Acho que vão adorar conhecê-lo! Bjns

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  3. Olá caro David.
    Passei neste blogue por acaso e fiquei a conhece-lo.
    Vou estar atento aqundo do lançamento do seu novo livro, com certeza.

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